A OESTE NADA DE NOVO
Fragateiro cai da direcção do Teatro Nacional, para alegria e gáudio daqueles a quem "roubou" o lugar. O ministro demite-o, antes da conclusão do processo. Lá terá as suas razões. Para a administração sobem nomes sussurrados no meio como sendo de "ascensão ágil". Nada de novo. Demite-se quem faz um (alegado) mau trabalho e abre-se a porta ao próximo carreirista. No fim, despede-se, com uma indemnização paga pelos contribuintes. Mais uma.
E é este último ponto que deveria constituir um choque para todos nós.
De acordo com o jornal Público, "o orçamento do teatro para 2008 é de seis milhões de euros, dos quais 5,2 milhões de euros de indemnizações compensatórias e 800 mil euros de receita de bilheteira" CINCO milhões e duzentos mil euros para oferecer a pessoas que foram trabalhar para outros lugares? Por alma de quem?
Num país em que "não há" um tostão para ajudar os artistas, isto roça a pouca-vergonha.
Ps: Esclareço que não devo nada ao Fragateiro. Além de me ter recebido sempre que eu lhe pedi, nunca me convidou para coisa nenhuma, ou me propôs qualquer trabalho. Mas vi o que ele tentou fazer com uma instituição entregue a sanguessugas. E conheço, um pouco, quem o vai suceder. Mais do mesmo. Não há santos nesta terra. E muito menos qualquer D.Sebastião. Apenas vagas sucessivas de nevoeiro.
2 comentários:
Possidónio,
não sei se é exactamente isto, mas arrisco: quando se fala de que o orçamento é de 6 milhões de euros e que destes uma parte é receita de bilheteira e outra, a substancial, de indemnizações compensatórias, estamos a falar de uma figura contabilistica que agrupa todos os dinheiros vindos do orçamento de estado para compensar o "investimento público na cultura", ou, por outras palavras, a actividade que por ter uma componente de investimento na cultura não pode ter o equivalente retorno de bilheteira. Ou, por definitivas palavras, à imagem do que se passa em todas as empresas públicas que (alegadamente) desenvolvem servíço público)é o pagamento desse mesmo serviço público. Julgo eu. Aliás, sobre a indeminização ao ex-director, eu creio que ele foi (alegadamente) destituido com justa causa e portanto (a menos que ele de facto leve o assunto à barra dos tribunais para contestar a justa causa)não levará dinheiro por ter sido destituido. Mas estou a falar do me conhecimento geral do caso e das informações que tenho recolhido via imprensa. Não tenho nenhuma informação particular sobre o assunto. abraço Joaquim
É provável que tenhas razão.
Os nomes que os contabilistas dão às coisas são um mistério tão grande como a forma como eles indexam as receitas e as despesas.
A este propósito encontrei um decreto lei, aqui: http://www.dgtf.pt/docs/see_TNDM/Estatutos_TNDM.pdf
Confesso que adormeci antes de encontrar a dita expressão. Mas garantem-me que ela lá estará.
Abr.
Enviar um comentário